Helvetica

 


Helvetica parece ser uma ótima zona de conforto, a fonte que impede erros. Mas mesmo sem erros, ainda pode não parecer certo. Eu realmente gosto da ideia da tipografia com um significado em si que combina com as palavras, como o David Carson diz no finalzinho do documentário. Também admiro muito os letterings de artistas (embora eu odeie fazer e esteja secretamente torcendo para que essa não seja a próxima tarefa). Acho que o que falta na Helvetica é esse significado. E sendo uma fonte tão neutra e adequada, acabou sendo muito incorporada. Então, seu significado é mais criado por suas condições externas de uso do que por ela mesma.

Eu adoro o trabalho da Paula Scher e foi só ela aparecer na tela que minha atenção triplicou. Em sua fala, ela ressaltou a questão do significado que a Helvetica carrega - inclusive negativo, de ser a fonte da Guerra do Vietnã. E no fim, poderia ser qualquer tipografia. A propensão ao uso da Helvetica é justamente por sua personalidade e significado estar associado a refletir o tom dado a ela. 

Neutra, clara, comunicativa. O que me faz errada ao dizer que lhe falta personalidade. É uma ótima fonte e eu adorei o documentário. Na verdade, não fazia ideia do uso tão frequente dela no dia a dia. Comecei a reparar só agora e já achei três livros na estante com o título em Helvetica. Não consigo parar de procurar.


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